Meu muito amado filho Estêvão
Hoje deixo-te aqui uma história que é muito usada em coaching e que acho muito bonita.
A história passa-se nas tribos norte americanas entre um avô índio e o seu neto criança.
Certo dia, o avô, em conversa com o seu neto, diz: “sabes neto, todos temos dois lobos dentro de nós: o mau e o bom. O lobo mau é aquele que está sempre a deitar-te abaixo, que está sempre à coca da maldade e da tragédia, que está em constante crítica e julgamento. O lobo bom é aquele que, pelo contrário, puxa-te para cima, dá-te esperança, constrói sobre as tuas forças, ajuda-te a desenvolver e a crescer. E eles estão sempre numa luta desenfreada”.
O rapaz, ao ouvir a palavra luta, pergunta: “Então avô, qual deles ganha?”.
E o avô, pausadamente, para que a mensagem passasse bem, responde: “Ganha aquele que tu decidires alimentar!”
Para mim esta história é brilhante – em poucas palavras ilustra muitas das situações em que nos encontramos no dia-a-dia, os medos, os julgamentos, as autocríticas e as críticas aos outros, as queixas e os queixumes, enfim, ajuda-nos a pôr em perspetiva os lobos e como os estamos a alimentar.
Quando tu olhas para mim e me dizes "Mama eu desenho mesmo bem!" "Mama eu sou mesmo bom na matematica!"... estas a alimentar o lobo bom... quando ouves o que te digo quando te digo para ouvires o teu coração, quando te digo para seres honesto contigo e com os outros, estas a alimentar o lobo do bem.
Quanto te zangas, perdes a cabeça e dizes coisas como "como é que uma mãe tão inteligente como tu tem um filho tão burro como eu?" ... estas a alimentar o lobo mau.
Não o faças nunca nunca nunca.
A vida é feita de lados lunares e de lados solares e é desse jogo de lados e de lobos que a vida é feita... mas apazigua a tua alma e faz o teu lobo bom ficar gordinho, forte e alimentado.
Um destes dias viste-me aqui a escrever e perguntaste o que isto era, e eu expliquei te que te escrevia um blog, um blog que mais tarde um dia poderás ler. Um dia se eu não estiver ao pé de ti podes perguntar por mim à minha mãe tua avó, podes perguntar por mim à tua madrinha ou à tia Xana elas explicam-te quem eu fui quem eu sou e o porquê deste meu-teu blog.
Quando tu nasceste (eu já escrevi isto no primeiro post la muito atras há muitos anos!)... na mesma noite do teu nascimento eu olhei para ti e tive muito medo muito muito muito... medo de não te ver crescer, medo de não te deixar um mapa da estrada, um guia de quem sou ou um manual de instruções de coisas bem bem básicas que te poderiam fazer falta se eu te falhasse e por isso vamos vivendo e vou te escrevendo e vivendo e escrevendo e vamos construindo o teu caminho e tu vais construindo o teu mapa da estrada mas este meu mapa aqui continua... porque o meu medo continua mas a nossa vida também.
Amo-te infinitamente.
Tua mãe
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