terça-feira, 16 de abril de 2019

723 - Futurologia

Meu muito amado filho Estêvão


1. Não tens de provar nada a ninguém.

2. Age em função do teu coração. Deixa os outros viverem em função do deles. Cada pessoa está no seu caminho.

3. És capaz de tudo. Basta confiares e trabalhares.

4. Planeia um caminho e vive um segundo de cada vez.

5. Faz da determinação a tua bandeira.

6. Escolhe muito bem as palavras que usas para falares contigo e de ti.

7. Sem fracasso não há evolução, e pode ser ele o maior motor de crescimento. Aceita-o e transformo-o.

8. Escolhe o que comes, penses e sentes. Tudo é energia.

9. Medita 5 minutos por dia.

10. Deixa de culpar os outros. Assume que és o único responsável pelas escolhas que fazes diariamente.

11. Vive mais e espera menos.

12. Confia SEMPRE.

13 . Palavras como AMOR, NOBREZA, DIGNIDADE, FAMÍLIA, RESPEITO, AMIZADE, HONRA são palavras com poder de lei não as uses em vão.

14. Reza.

15, A vida é tão dificil com as coisas que não conseguimos controlar, que não pudemos controlar não compliques,

16. Nunca faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti.



Há umas semanas li um artigo que penso que devo partilhar contigo, dizem que é sobre atitudes "modernas" (mas tenho para mim que não são tão modernas assim) que caem na categoria de não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.



O ghosting, haunting e benching são atitudes que estão associadas a pessoas indecisas quanto aquilo que querem e que têm medo de enfrentar as suas próprias decisões
By:Yoann Boyer/Unsplash

Numa época em que a sociedade está repleta de meios de comunicação que permitem, cada vez mais rápido, estar em contacto com outros, nunca foi tão fácil conhecer e esquecer pessoas. Abre-se o Facebook, o Instagram ou até o Tinder e basta enviar uma mensagem, pedir para seguir ou “gostar” para que se possa estar em contacto com alguém. Ao mesmo tempo que isso acontece, as relações profundas tornam-se caminhos mais difíceis de encontrar. As redes sociais, as aplicações de encontros e, mais importante, a maneira como são usadas, têm cada vez mais impacto nas relações que vivemos: o ghosting, o haunting e o benching são só algumas das novas práticas que ganharam nome nos últimos anos, graças à sua visibilidade, e à maneira como as pessoas vivem as suas relações nesta nova era.

Ghosting: não é só o nome que é assustador, as consequências também o são
O termo ghosting é usado para descrever uma situação em que a pessoa com quem mantinha uma relação deixa de mandar mensagens, telefonar ou dar sinais de vida. Simplesmente desaparece, tornando-se num ghost (fantasma). Pedro Martins, psicólogo clínico, descreve esta prática como devastadora “e até cruel”. “O ghosting está muito ligado à forma e à frieza com que os relacionamentos são construídos”, acrescenta.
Estas coisas sempre aconteceram, mas acontecem agora muito mais por causa das ferramentas que usamos (como as aplicações de encontros e as redes sociais)”

Na opinião do especialista isto acontece porque, hoje em dia, tudo se passa muito rapidamente e as relações são superficiais: “As relações precisam de tempo para se consolidar e as pessoas não lhe dão esse tempo. Assim, como não têm relações profundas, ligar e desligar-se [de alguém] torna-se relativamente mais fácil. Estas coisas sempre aconteceram, mas acontecem agora muito mais por causa das ferramentas que usamos (como as aplicações de encontros e as redes sociais)”.

Guilherme, nome fictício, empresário de 29 anos, preferiu manter o anonimato para contar a sua história: admite ser do tipo de pessoa que deixa de responder às mensagens e desaparece sem dar explicação. Para ele, as pessoas são “como dois caminhos que se cruzam: quando começam a chegar perto um do outro começam a falar, quando se cruzam é o ponto alto da relação e, depois, da mesma maneira que chegaram perto, começam a afastar-se”, explica.

A maioria das suas relações têm sido assim: conhece alguém, saem umas quantas vezes para tomar café ou jantar fora e, passados uns dias, falar com elas deixa de fazer sentido. “Simplesmente vou, conheço, experimento e, quando vejo que não é uma relação positiva, vou embora para não deixar evoluir mais uma relação que sei que não vai dar em nada. Por norma, também acontece aparecer outra mulher que nos chama mais a atenção. Então, se estou numa relação sem futuro e vejo ali outra que pode ter futuro, abandono com jeitinho. Só se a rapariga for muito obcecada é que não vai perceber o porquê [de ter deixado de lhe falar]”.

Há estudos que dizem ser aceitável a prática de ghosting em algumas circunstâncias, como por exemplo nas relações curtas. Aí as consequências não são tão severas para as “vítimas” como quando se trata de uma relação longa. Foi esse o caso de Ricardo Lopes, estudante, 21 anos.

Namorávamos há quase 2 anos. Tínhamos passado por uma fase menos boa na relação, mas com algum esforço conseguimos dar a volta. Passado umas semanas disso ela deixou de me responder às mensagens, não dizia absolutamente nada, eu ligava e ela não atendia”

A sua vida mudou de um dia para o outro quando a namorada decidiu acabar com a relação que mantinham, sem o avisar: “Namorávamos há quase 2 anos. Tínhamos passado por uma fase menos boa na relação, mas com algum esforço conseguimos dar a volta. Passado umas semanas disso ela deixou de me responder às mensagens, não dizia absolutamente nada, eu ligava e ela não atendia. Liguei às irmãs para saber se tinha acontecido alguma coisa, porque não era normal, e elas apenas me diziam que ela depois falava comigo.” Passado uma semana Ricardo continuava sem notícias da namorada. Desesperado, decidiu ir até casa dela, numa cidade que ainda ficava longe de onde morava. Tudo para a encontrar com outro rapaz: ” Cheguei lá quando eram mais ou menos sete e meia da manhã e vejo-a chegar a casa com um rapaz e a despedirem-se com um beijo. O meu mundo caiu todo ali, naquele momento, porque a questão nem estava em ela querer acabar porque já não se sentia bem, mas simplesmente o deixar de me dizer alguma coisa”.

“As pessoas não são capazes de dizer que não”

Pedro Martins explica que esta é uma nova forma de lidar com as coisas “ou de não ter de lidar com elas”, além disso, de alguma forma, também reflete uma certa imaturidade emocional. “As pessoas não são capazes de dizer que não”, conta. Para alguns pode ser uma experiência devastadora, especialmente se estiverem fragilizados, no entanto, “se a pessoa estiver emocionalmente equilibrada, a certa altura vai conseguir encontrar uma resposta para a situação, nem que seja pensar que a outra pessoa enlouqueceu. Caso contrário fica arrasada e pode inclusive culpabilizar-se e ficar enterrada numa quantidade de porquês, sem conseguir sair da situação”. Para além disto, o ghosting impossibilita também a reação da vítima: “Quando alguém é rejeitado, reage: pode sentir raiva, dor e exteriorizar esses sentimentos ao gritar, chorar ou chamar nomes. Nas relações mais profundas esse espaço é vital”, continua Pedro acrescentando que é uma forma de processar a experiência, de perceber a perda e partir para outra.


Explica ainda que o “adeus” também é muito importante para que a pessoa possa seguir em frente: “O pôr um fim existencial à relação faz com que se possa iniciar o processo de luto daquela relação. A pessoa pode, a partir daquele momento, pôr fim a uma coisa e continuar a sua vida”. No ghosting, tudo isto é negado à pessoa com quem se acaba a relação, o que provoca uma dor de uma agressividade imensa.

Amo-te infinitamente

Tua mãe

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