segunda-feira, 26 de novembro de 2018

713 - Quem eu levo comigo quando faço coisas dificeis

Meu muito amado filho Estêvão


"Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre."
By: Albert Einstein

Tu és já um milagre como vais viver o resto da tua vida?
Vê o video em baixo para mim uma verdadeira inspiração.


Try to Be a Rainbow in Somebody Else's Cloud


Tu és a minha benção és o meu arco-iris sempre sempre. Sempre.


o amor é o melhor presente





Amo-te infinitamente

tua mãe

terça-feira, 20 de novembro de 2018

712 - Causas e coisas

Meu muito amado filho Estêvão

Mamã porque vamos levar caixas vazias ao Refood, trabalhaste o dia todo vamos mas é para casa - dizias tu outro dia.
Estêvão tu já tens hoje as tuas causas. Os animais. Tratar bem os animais, soltar animais, dar festas, levar ao medico, ajudar os animais abandonados. Hoje com a tua idade é essa a tua causa e que bom.
Eu também tenho as minhas, reduzir o lixo (a pegada ecológica minha e tua) acabar com o plástico de uso único cá em casa e ajudar a acabar com o plástico de uso único no mundo, apanhar lixo na rua, reduzir o uso do carro, reduzir o consumo no geral, apoiar as mulheres vítimas de violência doméstica seja ela física emocional financeira cultural o que for, ensinar quem queira aprender e não tenha podido, ajudar a acabar com a fome seja ela de quem for, fazer chegar brinquedos a quem não tem e óculos a quem não os pode comprar, sê voluntário no geral.

Gosto que vejas que eu faço voluntariado não quando tenho tempo livre mas arranjo tempo no meio do não ter tempo para ajudar a sociedade a ser um sítio melhor para todos.
Encontra sempre as tuas causas e não te fiques pelas bonitas intenções ou pelas fotografias nas redes sociais, não esperes ter tempo livre ou seres mais velho para fazeres mais pela tua comunidade.
Seja na associação de pais da escola dos teus filhos, ou na administração do condomínio, ou num grupo da autarquia, ou a visitar presos, ou idosos sozinhos, a ajudares a direção de um núcleo refood, a recolheres embalagens, restos de tecidos para fazer sacos de pão, a recolher brinquedos para as crianças das aldeias SOS, a dares explicações a jovens que se recusaram a abortar ou que nasceram sem a possibilidade de estudar onde tu estudas.

Não herdes as minhas causas livra-te disso, encontra as tuas e vai buscar cápsulas de cafe para as doar aos bombeiros mesmo que tenha de ser de autocarro, não tenhas hora de almoço mas vai visitar aquela pessoa que não vê vivalma desde a semana passada.

Para mim é a poluição, a redução da emissão de dióxido de carbono, acabar com o desperdício alimentar e de bens no geral, ajudar quem tem fome e quem é ou foi vítima de violência doméstica.


Não te arrastes pensando que um dia vais fazer a tua parte, ou não te escondas atrás de "já faço alguma coisa" e por favor não uses o teu trabalho voluntário para te pagarem cirurgias ao joelho ou obteres falsos contratos de trabalho.... não uses o teu voluntariado seja  a dar catequese ou a dar comida a cães para teu benefício nunca nunca nunca te vanglories disso simplesmente faz e faz pelo próximo mas principalmente faz por ti faz porque mesmo que te ocupe tempo a mais faz porque quando paras e deitas a cabeça na cama ....sabe tão bem pensar.... caramba hoje ajudei alguém .... mesmo que ninguém saiba disso.


Amo-te infinitamente


Tua mãe


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

domingo, 18 de novembro de 2018

710 - Hoje vamos falar de guerra (tu não gostas ) mas hoje tem de ser

Meu muito amado filho Estêvão

Dia 11 de Novembro de 2018 celebrou-se o centenário do armistício (04:30 de 11 de novembro de 1918 e entrou em vigor às 11:00, pondo um ponto final na Primeira Grande Guerra). Tanto tempo pensas tu. Sim mesmo e quantas lições não se aprenderam e outras tantas que se aprenderam é certo.
Não é aqui que vai aprender sobre o que foi a primeira guerra mundial um dia falamos sobre isso. Hoje quero falar-te do meu bisavó ele combateu nessa guerra.
Tenente Coronel José Maria Pinto da Fonseca de seu nome, oficial farmacêutico que combateu na Batalha de La Lys. Nunca o conheci. Nunca. Mas ele partiu no CEP (Corpo Expedicionário Português) ou como se dizia na altura carne de exportação Portuguesa. Voltou vivo mas nunca mais dormiu, essa guerra era uma guerra de trincheiras e era usado gás neurotóxico e isso fez isso mesmo que ele nunca mais dormisse. Recebeu a medalha da vitória por isso mesmo. Medalhas pesam muito sabes filho? Ou como se dizia na altura pesam muito mademoiselles!
Foi o autor da primeira farmacopeia portuguesa que é uma obra linda que pode ser vista no museu nacional da farmácia. Era membro da maçonaria, membro do Grande Oriente Lusitano, no ultimo ano fiz um grande trabalho de pesquisa sobre a passagem dele pela maçonaria e aprendi muito sobre maçonaria e sobre ele principalmente. Um dia se quiseres posso mostrar-te tudo o que aprendi. Quando morreu pediu para ser enterrado no talhão dos combatentes no cemitério do Alto de São João em Lisboa e lá está ao lado dos soldados como ele.
Era um homem muito à frente do seu tempo, um modernista como o chamaram.
No dia 14 de abril desde há muitos anos lembro-o levando flores monumento à Grande Guerra ou se estiver longe lembro-o a ele e a todos os portugueses que tantos sacrifícios fizeram nessa e noutras guerras.
Sempre pela paz sou e serei mas deixo-te aqui um pequeno texto de base se quiseres saber mais sobre a Batalha de La Lys.


A Batalha de La Lys (7 a 29 de abril de 1918) foi uma enorme ofensiva militar alemã focada ao norte da fronteira franco-belga, na região da Flandres, durante a Primeira Grande Guerra. Também conhecida como Operação Georgette, Ofensiva do Lys, Quarta Batalha de Ypres, Quarta Batalha da Flandres e Batalha de Estaires, fez parte da chamada Ofensiva de Primavera, onde os alemães pretendiam romper as linhas Aliadas de uma vez por todas na Frente Ocidental europeia. Foi planejada pelo general Erich Ludendorff e de início teria um alcance bem maior, mas acabou sendo reduzida em escala. Parte dos planos era tomar de vez a região de Ypres e expulsar os britânicos dos portos belgas. Foi lançada como uma sequência a Operação Michael, também travada no contexto da Ofensiva de Primavera alemã. No final, a Operação Georgette acabou falhando em seus objetivos principais e terminou sendo inconclusiva para os alemães no quadro geral da guerra, dando vantagem tática aos Aliados.
Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães infligiram uma pesada derrota às tropas portuguesas, constituindo o maior desastre militar português depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
A frente de combate distribuía-se numa extensa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentières, guarnecida pelo 11.º Corpo Britânico, com cerca de 84 000 homens, entre os quais se compreendia a 2.ª divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), constituída por cerca de 20000 homens, dos quais somente pouco mais de 15000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa (que mais tarde conta as memórias deste acontecimento em A Batalha do Lys (1920) no qual descreve a organização do C.E.P. e os seus dispositivos e enuncia os episódios prévios à Batalha). Esta linha viu-se impotente para sustentar o embate de oito divisões do 6.º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934). Essa ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava à tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer. As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha na madrugada e manhã de 9 de Abril, teriam registado milhares de baixas, entre mortos (1341), feridos (4626), desaparecidos (1932) e prisioneiros (7440). De acordo com estudos recentes, porém, esses números estariam muito inflacionados. Segundo um autor, em La Lys ter-se-ão registado apenas 423 mortos portugueses (de um total de 2086 mortos do Corpo Expedicionário Português em 1917-1918) e cerca de 6000 prisioneiros. Outro autor refere apenas 300 mortos e 6000 prisioneiros portugueses em La Lys.
Entre as diversas razões para esta derrota tão evidente têm sido citadas, por diversos historiadores, as seguintes:
A revolução de dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático.
A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de favor político.
Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas pelas britânicas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além disso, alguns oficiais, com maior poder económico e influência, conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus postos.
O moral do exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídios.
A grande diferença numérica entre as forças portuguesas e as alemãs.
O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das tropas britânicas.
O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à retaguarda.
As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
O resultado da batalha já era esperado por oficiais responsáveis dentro do CEP, Gomes da Costa e Sinel de Cordes, que por diversas vezes tinham comunicado ao governo português o estado calamitoso das tropas.

No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette" se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo Alto Comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em profundidade da frente aliada antes da chegada das tropas norte-americanas, que nessa altura se encontravam prestes a embarcar ou já em trânsito para a Europa.
O objectivo do general Ludendorff no sector português consistia em atacar fortemente nos flancos do CEP, consciente que nesse caso os flancos das linhas portuguesa e britânica vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas respectivas em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem por onde a infantaria alemã se pudesse lançar. Coerente com essa táctica e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficassem desprotegidos, os estrategas alemães decidiram-se a simplesmente arrasar o sector português com a sua esmagadora superioridade em capacidade de fogo artilheiro (uma especialidade alemã), e deslocando para a ofensiva um grande número de efectivos como se explica acima, (nas palavras dos próprios: "Vamos abrir aqui um buraco e depois logo se vê!", o que também indicia o estado de espírito já desesperado do planeamento da ofensiva). Nestas condições, não surpreende a derrocada do CEP, que apesar de tudo resistiu como pôde atrasando o movimento alemão o suficiente para as reservas aliadas serem mobilizadas para tapar a brecha.
Esta resistência é geralmente pouco valorizada em face da derrota, mas caso esta não se tivesse verificado a frente aliada na zona poderia ter sido envolvida por um movimento de cerco em ambos os flancos pelo exército alemão, o que levaria ao seu colapso. Trata-se de uma batalha com muitos mitos em volta a distorcerem a percepção do realmente passado nesse dia 9 de Abril de 1918.
Uma situação análoga à da batalha de La Lys foi a da contra-ofensiva alemã nas Ardenas na parte final da Segunda Guerra Mundial, a (Batalha do Bulge), que merece comparação pelas semelhanças entre ambas. Novamente um exército aliado escasso para defender o sector atribuído ao I Exército dos Estados Unidos), sujeito a uma ofensiva desesperada por parte do Alto Comando Alemão (OKW - Oberkommando der Wehrmacht), para desorganizar a frente aliada arrombando-a em profundidade, usando para o efeito quatro exércitos completos (dois blindados) para atacar no sector do I exército norte-americano. A consequência foi o colapso local da frente, com retirada desorganizada dos americanos e com milhares a serem feitos prisioneiros pelos alemães, contido depois com as reservas aliadas (incluindo forças sobreviventes da Batalha de Arnhem ainda em recuperação como a 101.ª e a 82.ª divisões aerotransportadas) e com o desvio de recursos de outros exércitos aliados nas regiões vizinhas (com destaque para o III Exército do general Patton), obrigando a passar duma situação de ofensiva geral aliada à defesa do sector das Ardenas a todo o custo. Os aliados só retomariam a iniciativa na frente ocidental passado mais de um mês.
Comparando-se ambas compreende-se melhor a derrocada das forças do CEP em La Lys.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira. Pela sua parte, Adelino Delduque da Costa, Coronel de Infantaria, feito prisioneiro pelas tropas alemãs a 9 de abril de 1918, escreveu durante oito meses e meio de cativeiro sob forma de diário entre os campos de Rastatt e Breesen as suas Notas do cativeiro, um dos mais vivos relatos dos acontecimentos que seguiram a derrota portuguesa, assim como das precárias condições em que houve de sobreviver os oficiais portugueses aprisionados na Alemanha. Além destas, várias foram as obras editadas que têm como pano de fundo o mais sangrento episódio da participação portuguesa no conflito, nomeadamente: Flandres: notas e impressões de Costa Dias (1920) [9] e A 2ª Divisão Portuguesa na Batalha do Lys (1924) pelo Major Vasco de Carvalho com prefácio do general Fernando Tamagnini.
As cerimónias da comemoração do aniversário da Batalha de La Lys têm lugar, habitualmente, todos os anos no Mosteiro de Santa Maria da Vitória - Batalha (Leiria) num dos primeiros fins de semana de Abril, com a presença dos vários ramos das forças armadas portuguesas, entre outras entidades.
No final, a ofensiva alemã acabou perdendo força e com a chegada de reforços franceses no fim de abril, os militares alemães começaram a sofrer perdas consideráveis. Perdendo a iniciativa, em 29 de abril o Alto Comando Alemão cancelou a Operação Georgette e desautorizou novas ofensivas naquele setor. Em um estudo feito em 2002, Marix Evans estimou as perdas alemãs em 109 300 (entre mortos, feridos e desaparecidos). Os britânicos perderam 76 300 homens e 60 aeronaves, enquanto os franceses registraram 35 000 baixas em combate. Já Portugal contabilizou oficialmente 400 mortos e 6 600 homens feitos prisioneiros.

O soldado Milhões
Nesta batalha a 2.ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Augusto Milhais, natural de Valongo, em Murça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa. Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!". Foi o único soldado raso português da Primeira Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta condecoração existente no país.




Amo-te infinitamente

Tua mãe

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

709 - Falar ao contrario

Meu muito amado filho Estêvão

Sabes aquele jogo dos contrários que jogamos às vezes ?

Pois aqui vai um texto ao contrário

Pode ser que um dia te ajude quando procurares companheira

"Não te apaixones por uma mulher que lê, por uma mulher que tem sentimentos, por uma mulher que escreve...

Não te apaixones por uma mulher culta, maga, delirante, louca. 
Não te apaixones por uma mulher que pensa, que sabe o que sabe e também sabe voar, uma mulher confiante em si mesma.
Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora quando faz amor, que sabe transformar a carne em espírito; e muito menos te apaixones por uma mulher que ama poesia (estas são as mais perigosas), ou que fica meia hora contemplando uma pintura e não é capaz de viver sem música.
Não te apaixones por uma mulher que está interessada em política, que é rebelde e sente um enorme horror pelas injustiças. 
Não te apaixones por uma mulher que não gosta de assistir televisão. 
Nem de uma mulher que é bonita, mas, que não se importa com as características de seu rosto e de seu corpo.
Não te apaixones por uma mulher intensa, brincalhona, lúcida e irreverente. 
Não queiras te apaixonar por uma mulher assim. Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta, se ela vai ficar contigo ou não, se ela te ama ou não, de uma mulher assim, jamais conseguirás ficar livre..."

(Martha Rivera Garrido – Poeta Dominicana)


Amo-te infinitamente

Tua mãe



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

708 - O cão preso e resmungão

Meu muito amado filho Estêvão

Uma coisa que pelo menos eu acho surpreendente é que sempre haverão pessoas que independentemente do que tu faças nunca te vão tratar bem e isso sempre te vai por triste mas olha não mudes a tua atitude continua o teu caminho e pensa que essa pessoa é quem precisa mais de luz, de amor.... como o cão que esta ferido.



Amo-te perdidamente

Tua mãe

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

707 - Hoje é um dia brutal mas brutal mesmo

Meu muito amado filho Estêvão

Hoje é o meu dia de aniversario hoje faço 44 anos. Caramba 44 anos.
Em 44 anos, nasci, aprendi a andar, a comer, a ler, a escrever e a contar, namorei muito, fiz faculdade, depois começei a trabalhar, depois viajei muito muito muito sempre em trabalho, casei e fui uma noiva muito bonita, fiz um doutoramento depois continuei a trabalhar sempre, depois fiquei doente mas doente assim a serio serio depois divorciei-me, depois fiquei melhor, depois nasceste tu depois fiz um mestrado depois mudei duas vezes de pais, depois voltei depois continuei a trabalhar depois fiz outro mestrado depois continuei a trabalhar, já ganhei 4000 euros por mes já ganhei 0 euros por mês, já tive dinheiro a sobrar já me faltou para o supermercado, já chorei muito de alegria e de tristeza, já perdi o meu pai, já perdi os meus dois avôs  duas avós e até um primo que gostava tanto, já namorei muito e já estive muito sozinha.... já fui tantas coisas e tive tantas coisas mas sabes o que nunca nunca mudou em 44 anos .... com muita dificuldade às vezes .... confiei no universo, confiei que tudo na vida acontece exactamente quando tem de acontecer com calma tudo cai no sitio onde tem de cair. 

Se amanhã eu não estiver cá… quero que saibas Há dias em que não me é fácil saber que não chego para as encomendas, que me questiono ser a mãe que precisas, que fico com os nervos em franja e não tenho a calma suficiente para falar contigo e fazer-te entender que apenas quero o melhor para ti. Que o teu bem é a minha felicidade maior e o motivo pelo qual eu vivo. Há muitos dias em que me irrito porque a roupa está espalhada pela cama, a cama não está feita, os trabalhos de casa são muitos e os erros tambem.
Às vezes olho para ti e perco-me em pensamentos de como será que vês o mundo e como encaixarás nele ao longo da tua vida. Não consigo evitar de pensar na minha mãe, que me conhece tão bem e que sabe melhor que eu que filho és tu . Também ela certamente pensou vezes sem conta no meu futuro e no da tua tia Inês.
Se amanhã eu não estiver cá meu filho, não quero saber se dobras o pijama ou se andas descalço no chão frio.
Quero apenas saber que escolhes o caminho do bem, que respeitas as escolhas dos outros e não deixas que desrespeitem as tuas. Aceita as partidas da vida como experiências que te enriquecem e ainda que chores, não te prendas a elas. De tudo tira as tuas lições, guarda cada uma delas e segue o teu caminho. Sempre vão haver pessoas que se esquecem da data do teu aniversario, que não te felicitam pelas tuas conquistas, que não re reconfortam nos momentos em que mais precisares, que não te respondem aos teus contactos, guarda-as no teu coração porque elas sim precisam da tua luz e do teu amor porque claramente não o têm.
Voa o mais alto que possas fora e acima de tudo dentro de ti. Encontra o silêncio da respiração e aprende a estar sozinho porque é aí que a maior parte das respostas residem, em ti.
Não optes pelo fácil só porque é fácil e aquilo que fizeres, faz com dedicação e com amor (ainda que em alguma altura pareça o contrário isso será sempre recompensado). Sempre sempre sempre sempre.
Ajuda quem podes e não fiques à espera que te ajudem, mas também não recuses a ajuda quando ela chegar.
Fica atento, porque há sempre alguém por perto merecedor do teu amor mas também há quem não o mereça de todo. Aprende a distingui-los e não desperdices a tua energia.
Quando vieres à tona já tudo aliviou! Mesmo que a saudade aperte nunca voltes a confiar em que te fez mal uma outra e outra vez, deixa ir, deixa fluir. E segue sempre o teu caminho por mais que agora te possa parecer tudo negro e ontem tambem e amanha talvez ainda mas segue segue segue em frente.

A vida pode não ser nada daquilo que esperas dela, mas será sempre essa tua coragem, determinação e sentido de humor que te farão único e que servirão de ferramentas para te adaptares aquilo que virá.
Se amanhã eu não estiver cá para te dar a mão e a vida apertar, lembra-te que ela é como o mar com ondas intercaladas ora de alegria ora de revolta … por isso nas ondas pesadas, respira, mergulha e deixa-as passar. 
Onde estiver sempre podes fechar os olhos e lembrar-te destas palavras .... eu amo-te hoje ontem e amanha.


Tua mãe




segunda-feira, 5 de novembro de 2018

706 - Hoje nas palavras da minha querida madrinha

Meu muito amado filho Estêvão

Já te disse que o melhor da vida é ver a vida pelos óculos de outros e hoje mostro-te a vida pelos olhos da minha querida madrinha Conceição.


"Ao filho da minha querida afilhada Ana Júlia

Estevão
Ao aceitar o desafio que a tua mãe me lançou decidi que seria realizado no dia 8 de Novembro, data muito especial para todos nós. Nasceu a minha querida afilhada, tua mãe, filha da minha grande amiga, a tua avó, e depois vieste tu...., filho tão desejado, o que nos encheu de muito alegria.
Que te posso dizer que a tua mãe não te tenha já dito e escrito, e ainda por cima com um amor imenso?
Desejar-te que, no teu caminhar, encontres boas companhias e bons amigos, que te ajudem a crescer harmoniosamente e a perceber quem és (os amigos também servem para isso...).
Desejar-te discernimento para distinguires o bem do mal e força para seguir o bem.
Desejar-te o dom da fé para que, sempre que as tuas certezas de infância se tornem dúvidas, te lembres que és cristão (eu fui ao teu baptizado) e que o grande mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas e aos irmãos como a nos mesmos”,” se torne  a tua prática diária.

Grande beijinho da tia Xaxão"

Assim é


Amo-te infinitamente

Tua mãe




domingo, 4 de novembro de 2018

705 - Sincronicidades da vida ou a vida está cheia de sincronicidades

Meu muito amado filho Estevão

Hoje quero falar-te de sincronicidades ... as aparentes coincidências da vida.

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não relacionados com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa".
O termo foi utilizado pela primeira vez em publicações científicas em 1929, porém Jung demorou ainda mais 21 anos para concluir a obra "Sincronicidade: um princípio de conexões acausais", onde o expõe e propõe o início da discussão sobre o assunto. Uma de suas últimas obras foi, segundo o próprio, a de elaboração mais demorada devido à complexidade do tema e da impossibilidade de reprodução dos eventos em ambiente controlado.
Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia.
A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de Arquétipo e Inconsciente coletivo, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em Física e Psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. Segundo Rocha Filho (2007), inclusive o insight pode ser um fenômeno sincronístico, assim como muitas descobertas científicas que, de acordo com dados históricos, ocorreram quase simultaneamente em diferentes lugares do mundo, sem que os cientistas tivessem qualquer contato. Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight".
As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. Para isto, há de se confrontar com o consolidado pensamento de causalidade circundando tudo, e tratar de separar a causalidade da acausalidade.
Causalidade → Casualidade ← Acausalidade
A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade, só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites da probabilidade. Pois, caso seja ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou "conexão transversal de sentido".
Abaixo seguem dois exemplos citados pelo próprio Jung.
"Uma jovem paciente sonhou, em um momento decisivo de seu tratamento, que lhe presenteavam com um escaravelho de ouro. Enquanto ela me contava o sonho, eu estava sentado de costas à janela fechada. De repente, ouvi de trás de mim um ruído como se algo golpeasse suavemente a janela. Dei meia volta e vi que foi um inseto voador que chocava contra ela. Abri-a e o apanhei. Era a analogía mais próxima a um escaravelho de ouro que se pode encontrar em nossas latitudes, a saber, um escarabeido (crisomélido), a Cetonia aurata, que, ao que parece, ao contrário de costumes habituais, se via na necessidade de entrar em uma sala escura precisamente naquele momento. Tenho que dizer que não me havia ocorrido algo semelhante nem antes nem depois disso, e que o sonho daquela paciente segue sendo um caso único em minha experiência."
"Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do "Peixe em Abril" (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho ideia de como o peixe foi parar ali."
Carl Jung defende que os fenômenos sincronísticos podem ser agrupados em três categorias:
1. Coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo externo e simultâneo, que corresponde ao estado ou conteúdo psíquico (p. ex., o escaravelho), onde não há nenhuma evidência de uma conexão causal entre o estado psíquico e o acontecimento externo e onde, considerando-se a relativização psíquica do espaço e do tempo tal conexão é simplesmente inconcebível.
2. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente (mais ou menos simultâneo), que tem lugar fora do campo de percepção do observador, ou seja, espacialmente distante, e só se pode verificar posteriormente.
3. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro, portanto, distante no tempo e ainda não presente, e que só pode ser verificado também posteriormente.
Ademais, Jung acrescenta que "nos casos dois e três, os acontecimentos coincidentes ainda não estão presentes no campo de percepção do observador, mas foram antecipados no tempo, na medida em que só podem ser verificados posteriormente. Por este motivo, diz que semelhantes acontecimentos são "sincronísticos", o que não deve ser confundido com"sincrônicos".

Quando estamos com atenção ao universo, ao que nos rodeia ao que está ao nosso lado começamos a dar-nos conta de muitas sincronicidades ... comigo são penas sempre que preciso de uma ajuda no caminho .... uma pena aparece onde não devia aparecer.
Será de um anjo?


Sei lá eu ...
atenção as sincronicidades desta vida

Amo-te infinitamente

Tua mãe

1052 - Carta a um filho de um pai (que não sou eu mas podia ser)

 Meu muito amado filho Estevão  Hoje do escritor Pedro Chagas Freitas [carta ao meu filho] Promete-me. Promete-me que vais tentar. Que vais ...