quinta-feira, 18 de junho de 2015

556 - A estação

Meu muito amado filho Estêvão

"Enterrado no nosso subconsciente está uma visão idílica. Viajamos de cmboio - olhando pela janela extasuamo-nos com as cenas que passam de crianças a acenar numa passagem de nível, o gado a pastar numa encosta distante, fila após fila de trigo e aveia, planícies e vales, montanhas, encostas que passam a correr e horizontes de cidades.
Mas, acima de tudo, temos em mente o destino final. Num certo dia, chegaremos à estação. Haverá bandas a tocar e bandeiras a acenar. Quando lá chegarmos, os nossos sonhos tornar-se-ão realidade e os pedaços das nossas vidas unir-se-ão como um puzzle. Inquietos andamos pelas coxias, amaldiçoando os minutos - à espera, à espera, à espera da estação.
"Quando chegarmos à estação é qie vai ser!" exclamamos.
"Quando tiver 18 anos", "Quando comprar um novo Mercedes Benz 450 SL", "Quando puser o último filho na universidade", "Quando tiver pago a hipoteca", "Quando for promovido", "Quando atingir a reforma, vou viver feliz para sempre".
Mais cedo ou mais tarde vamos perceber que não há estação, não há local onde chegar. A verdadeira alegria da vida é a viagem . A estação é apenas um sonho. Fica sempre cada vez mais longe.
"Desfruta o momento" é um bom lema, especialmente quando ligado ao Salmo 118:24: "Este é o dia que fez o Senhor; alegremo-nos e rejubilemos nele.". Não são os fardos de hoje que irritam os homens. São os remorsos do ontem e o medo do amanhã. Remorso e medo são dois gémeos ladrões que nos roubam o hoje.
Por isso parem de andar nas coxias e a contar os quilómetros. Em vez disso, subam mais montanhas, comam mais gelados, andem mais vezes descalços, nadem em mais rios, comtemplem mais vezes o pôr-do-sol, riam mais e chorem menos. A vida deve ser vivida dia a dia. A estação irá chegar, em breve."

By: Robert J. Hastings


Amo-te infinitamente

Tua mãe

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