terça-feira, 14 de abril de 2020

813 - O rei dos macacos e os dois homens

Meu muito amado filho Estêvão


Dois companheiros que caminhavam juntos pela floresta, acabaram por se perder.
Depois de andarem muito, chegaram à terra dos Macacos. Foram logo levados ao rei, que, mal os viu, lhes perguntou:
— Na vossa terra e nessas que atravessastes, o que se diz de mim e do meu Reino?
Respondeu um dos homens:
— Dizem que sois um grande Rei de gente sábia e culta.
O outro, que gostava de dizer a verdade, respondeu:
— Toda a vossa gente são macacos irracionais, logo o rei também é um macaco.
Ouvindo isto, o Rei ordenou que matassem este, e que ao primeiro oferecessem presentes e o tratassem muito bem.
Moral da história
Verifica-se nesta Fábula o que diz Terêncio, que a verdade causa ódio e o elogio ganha amigos.
Com um Rei ignorante não há sábios nem virtuosos, apenas chocarreiros e aduladores.
Daqui resulta que frequentemente os bons são rebaixados e obedecem aos maus, que o Rei Macaco tem ódio a quem o desengana, e que o que mente, como aqui fez o primeiro companheiro, é favorecido.

Amo-te infinitamente

Tua mãe

Nenhum comentário:

Postar um comentário

1052 - Carta a um filho de um pai (que não sou eu mas podia ser)

 Meu muito amado filho Estevão  Hoje do escritor Pedro Chagas Freitas [carta ao meu filho] Promete-me. Promete-me que vais tentar. Que vais ...