segunda-feira, 29 de abril de 2019

724 - Ingratidão e injustiça

Meu muito amado filho Estevão

Todas as vezes que testemunho ou sofro alguma ingratidão, lembro-me da passagem do Evangelho – aquela em que Jesus curou os dez leprosos e só um voltou para agradecer. E ele perguntou: onde estão os outros nove? Essa história nos indica que a ingratidão é algo comum, majoritário, no comportamento humano. Estatisticamente, 90% daqueles que Jesus curou, não mostraram gratidão.
Observando esse fenômeno, proponho-me aqui a examinar as motivações psicológicas da ingratidão.
Quando alguém está precisando de ajuda – seja porque está doente, com dificuldades financeiras, solitário, deprimido, em qualquer situação de crise ou mesmo que essa crise seja um status permanente, desde a infância – é um momento, uma fase, ou até uma existência inteira, até então, de fragilidade e de carência. Para o orgulho humano, precisar do outro, tem algo de humilhante – ainda que aquele que ajude (como o caso incontestável de Jesus) esteja ajudando com total desprendimento e sem nenhum desejo de recompensa. Obviamente que este estado de desprendimento e desapego dos resultados é algo bastante raro no mundo, tão raro quanto a gratidão.
Ora, quando a pessoa que recebeu a ajuda, seja em forma de dinheiro, apoio, solidariedade, incentivo, colo… – se vê numa situação melhor, de maior segurança, de retomada de sua autonomia, até de euforia, porque conquistou posições e patamares antes impensáveis (muitas vezes com o próprio esforço sim, mas a partir da ajuda recebida) – então, a pessoa não quer mais se lembrar daquele instante de fragilidade, quer negar para si mesma que precisou um dia de apoio, quer atribuir todas as suas conquistas apenas a si mesma, aos próprios méritos. Não quer dividir o sabor da vitória, relembrando um momento em que estava “por baixo”. Então, nega o benfeitor, esquece-o, até pode agredi-lo e eliminá-lo simbolicamente, porque é humilhante para o seu status atual, fazer referências a um estado anterior de carência. Então, faz aquilo que o ditado popular tão pitorescamente expressa: “cospe no prato que comeu”.
A coisa se agrava mais quando existe uma forte relação afetiva entre aquele que ajudou e aquele que foi ajudado – seja este um filho, um irmão, um amigo íntimo, um parente distante ou próximo. Porque então, a ajuda pode ter sido carregada de forte dose de afetividade, preocupação com o outro, desejo profundo de felicidade e superação das dificuldades do ser amado. Nesse caso, o ingrato precisa esquecer duplamente do benfeitor – o benefício prestado e a afetividade entregue. E é então que a ingratidão pode doer mais profundamente, porque se tratou não apenas de um benefício, mas de uma entrega de si. Episódios assim também se encontram na vida de Jesus, como a traição de Judas, a negação de Pedro e o abandono dos mais próximos, no momento da crucificação. No caso dos leprosos, Jesus não tinha uma intimidade com eles. Com os discípulos, eram amigos queridos. Nessa configuração, a pessoa não quer apenas esquecer do benfeitor, para não lembrar de um momento de fragilidade, ela quer se desobrigar de qualquer retribuição concreta ou afetiva com a pessoa que foi determinante para suas realizações, superações e conquistas – sejam elas de ordem material, intelectual ou moral. Quer se sentir livre de compromissos com quem ficou para trás, porque tais compromissos, que implicariam muito mais do que simplesmente reconhecer o benefício, mas também num cuidado com o outro (como o caso de pais, irmãos, amigos), são uma quebra na fruição de suas conquistas. Por exemplo, o indivíduo recebeu toda a formação dos pais, todo o empenho pelas suas realizações, todo o carinho doado (claro, com os limites e defeitos possíveis de todas as relações humanas) e quando ele se vê numa situação de bem-estar, conquista e euforia, não deseja ver o estorvo da fragilidade alheia – agora no caso, dos pais –que estarão por sua vez num momento de carência. Voltar atrás e olhar para os benfeitores, amá-los, cuidar deles, ter compromissos, é turvar o momento de segurança presente, é abrir brechas para o afeto fluir, no meio da vaidade das conquistas.
Assim, podemos concluir que o que atrapalha a gratidão em todos os casos é o orgulho – de não se admitir que se esteve já em situação difícil – e o egoísmo – de não querer interromper o gosto da conquista, com a preocupação, o cuidado e a dedicação ao outro.
Agora, analisemos toda a questão do ponto de vista daquele que ajuda. Que motivações podem levar a pessoa a fazer um bem a quem esteja em situação de carência ou precisão? São motivações sempre nobres, puras e elevadas? Até que ponto podem também estar contaminadas de orgulho e egoísmo? E pode essa possível contaminação na atitude do benfeitor provocar ou reforçar a ingratidão?
O ideal de um ato moral – como também aponta o Evangelho e a interpretação espírita da ética cristã – é o desinteresse. Esse desinteresse deve ser financeiro, pessoal, afetivo. Ou seja, é preciso fazer o bem, sem nada querer, esperar ou desejar de volta. A coisa porém não é tão simples. Primeiro, porque ao fazer o bem, experimenta-se naturalmente um bem-estar interno (hoje comprovado até através de pesquisas que mostram que dar, doar, ajudar libera sensações agradáveis para quem faz). Então, ao fazermos o bem, queremos nos sentir bem? Sem dúvida que sim! E isso eu chamaria – repetindo uma definição que ouvi do meu terapeuta – de um egoísmo saudável. Afinal, Jesus disse que deveríamos amar ao próximo como a nós mesmos. Ou seja, todos os seres humanos buscam prazer, felicidade, bem-estar e isso é natural. Ora, muito melhor que esse bem-estar seja provocado por um fazer bem do que por um fazer mal ou por qualquer tipo de vício autodestrutivo.
Apesar disso, considero que num nível mais elevado de doação, o indivíduo dá apenas e somente pelo bem do outro, sem pensar na própria felicidade. É certamente o caso de Jesus, ao morrer na cruz, como oferecimento de um exemplo para a humanidade.
Mas a questão não fica nesse ponto. Quando nos encontramos diante de alguém que está em situação de necessidade, os nossos sentimentos de empatia e compaixão podem ser ativados e nos lançamos a uma ação benéfica para o outro. Até aí, ótimo.  Mas podem surgir também sentimentos (às vezes inconscientes) de superioridade e de prazer por estarmos numa posição de generosidade, de vaidade por “sermos tão bons”! Então, o ato de ajuda carrega algo de humilhante para o outro, sim. Porque podemos nos situar num patamar de cima, onde o outro que recebe, se sente de fato esmagado pela nossa oferta. Se a pessoa não tiver alternativa nesse momento, isso poderá depois gerar uma forte repulsa pelo benfeitor. E tudo isso está muito bem descrito no Evangelho. O problema é que bons impulsos podem ser manchados por esses sentimentos negativos – então há de fato um bem praticado, houve um momento de solidariedade sincera, mas depois o orgulho apareceu para estragar as coisas.
Outra forma de contaminar o gesto de ajuda está na cobrança de retorno, que pode ser uma cobrança sutil ou explícita, pode aparecer na forma de expectativa silenciosa ou de um “jogar na cara” ofensivo. A forma não explícita gera mal-estar no beneficiário e a explícita provoca justa revolta. Há inclusive pais e mães que praticam fartamente essa forma explícita, humilhando filhos, por terem cumprido o que pais e mães devem fazer – doarem-se inteiramente. Então, o ato do bem ou o amor doado estão claramente aprisionados nas garras do egoísmo.
Essas manchas no ato de doar não eximem aquele que recebe do sentimento de gratidão, sobretudo se há um vínculo amoroso envolvido no processo; assim como a ingratidão não exime o benfeitor de continuar fazendo o bem; porque é preciso compreender que estamos em processo de aprendizagem evolutiva e ainda quando queremos praticar o certo e queremos elevar nossos sentimentos, eles ainda se deixam macular por nossos atavismos milenares. Há que se ter maturidade e compreensão mútua para entendermos as nossas fraquezas e as do outro. Há também que se considerar que nossos papéis de benfeitores e beneficiados se alternam no decorrer da vida. Todos temos fases, momentos de fragilidade (basta lembrar de como chegamos e como partimos no mundo). Todos temos oportunidade de ajudar alguém em outros momentos. Ora somos necessariamente carentes, ora podemos ser generosos. Refletindo sobre tudo isso, haverá mais oportunidades de superação e de caminharmos para formas superiores de sentir e fazer.
Há porém algo mais sutil ainda, quando se trata de um benefício e uma ingratidão entre dois seres que se amam intensamente – e não posso deixar de imaginar que foi o que Jesus sentiu ao perguntar pelos outros nove leprosos que não voltaram, que embora não tivessem intimidade com Jesus, o Mestre não lhes era alheio em seu amor por todas as criaturas. A sua pergunta revela que ele não ficou indiferente ao fato. É que quando se pratica um bem ou muitos bens a um ser amado e a pessoa incorpora esse bem em sua vida e depois rejeita asperamente o irmão, a mãe, o amigo que lhe foi alicerce de ascensão e realização, o que se pode experimentar é uma profunda dor pelo outro. Jesus lamenta a ingratidão dos leprosos, como se entristece pela fraqueza de Judas e de Pedro. Mesmo se o nosso eu estiver já desprendido de toda mágoa e suscetibilidade – o que requer obviamente um trabalho bastante cuidadoso – podemos nos entristecer porque o ser amado está agindo de maneira tão acintosa e ingrata, por ele mesmo. Esse sentimento será entremeado de compaixão, sem falsa superioridade. Pode-se entretanto ainda misturar tais impulsos, enquanto estamos a caminho: mágoa com compaixão, tristeza pelo outro, com esperança de recompensa…
Enfim, tudo isso são aprendizados que nos competem assumir em nossa jornada evolutiva. E, tinha Kardec razão ao dizer que as duas únicas e maiores chagas da humanidade são o orgulho e o egoísmo. Estejamos atentos a isso!

“Meu compromisso é com a verdade,
não com a coerência.”

Gandhi
      Desde o início da civilização, há cerca de 4 mil anos antes de Cristo, uma parte do planeta iniciou um processo político/social chamado de civilização, que gradativamente destruiu os sistemas tribais e que nunca foi justo. Infelizmente eu sinto que é assim que a civilização funciona. Desigualdade, injustiças, dor, pobreza etc.      Não importa para onde você olhe. Não há justiça, mais é nesse mundo que você vive hoje.      Alguns mentores espirituais orientais me disseram: “Muitas injustiças que ocorrem são escolhas pessoais das pessoas envolvidas. Elas vibram ódio, ciúme, preocupação, medo, dor, enfim tudo o que não é bom, e acabam atraindo isso de volta para elas e para o planeta”.       Não importa se você sente isso como real ou não, mas neste mundo em que vivemos essa pode ser uma escolha nossa — ser ou não feliz aqui. Essa é a realidade. Doa a quem doer, feliz ou não, “só nos resta viver” e evitar ser ou se fazer de vítima dessa realidade.
Todos falam em justiça, bilhões de dólares são movimentados com advogados, juízes, prisões, leis estúpidas, e a “mãe cultura” sempre promete justiça, políticos em todos os discursos falam de justiça social, o povo exige justiça. Mas onde ela está?
      Muitos têm teorias sobre a causa das injustiças, e você também deve tê-las, mas são apenas teorias.      Você não nasceu em Júpiter ou em Saturno. Nem num paraíso místico onde tudo é justo e perfeito. Se quiser, pode até ficar sentado esperando a morte para ir ao éden e lá ser feliz. E se isso for ilusão e você reencarnar novamente aqui?      Fugir do mundo, ir para o alto da montanha também nem sempre é uma opção.      O escritor Daniel Quiin no livro além da civilização ensina:      “Quando as pessoas dizem que os meus livros as inspiram a ir para algum lugar e fundar uma comunidade, eu lhes desejo toda a sorte do mundo.      Na realidade conheço muita gente feliz com o mundo da forma como ele é. Agir com compaixão e cooperação, fazer algo para que haja justiça é ótimo. Agora, crer que você é infeliz porque não há justiça constitui uma atitude egoísta.
      Medite:      Quer sofrer? Fique repetindo o tempo todo:      · “Isso não é justo”;      · “Viver num mundo assim não dá”;      · “Como alguém pode ser feliz com tanta gente sofrendo?”;      · “Você não tem direito de fazer isso ou aquilo comigo”.
      Qual a utilidade de pensar nisso? Por que dar poder a essas vibrações? Quanto mais reclama que o mundo é injusto, mais você sofre e atrai sofrimento para o planeta.      Insisto: quer fazer algo? Tome uma atitude, arregace as mangas e não venha com a desculpa de que como ninguém faz nada você também não fará. Assuma se vai fazer algo ou só ficar reclamando por toda a vida.      Outra maneira de sofrer com injustiças e não fazer nada é pensar o tempo todo:      · “Deus/Deusa deveria...”      · “Os outros deveriam...”      · “Eu deveria...”      · “A justiça deveria...”
      Ilusões... Ilusões... Ilusões...      O exigente de justiça se pergunta: “Como você pode ter tanto e eu tão pouco?      Isso muitas vezes nem é questão de justiça, e sim de ciúme e inveja, comparar-se com o outro que tem o que você desejaria para si.
      Não fique apenas na acomodação de “eu gostaria de poder fazer algo” ou “eu pretendo um dia melhorar o mundo”. Isso é ser pretensioso. Quem se queixa do mundo e nada faz está totalmente iludido, não assumindo responsabilidades simples, internas ou externas.      Certa vez uma amiga me ligou queixando-se de tudo o que era possível, falou mais de 30 minutos. Eu lhe disse: “Pare com essas queixas e cuide da sua vida. O mundo é tão perverso, mas você não consegue parar de fumar, iniciar uma dieta ou encontrar um relacionamento feliz”.      Pessoas queixosas, que dizem que nada dá certo, atraem isso. São pessoas estáticas, infelizes, cheias de energias negativas, pesadas, que até vampirizam ambientes ou pessoas.      Se quer distanciar-se de gente que acha tudo injusto, resmungonas, arrogantes, discutidoras, críticas, vigaristas, charlatãs, fofoqueiras, gananciosas, insistentes, falsas e insultadoras, aprenda em algumas situações a dizer ou a pensar estas palavras mágicas quando:      · alguém começa a reclamar de tudo na vida: “Eu não tenho nada com a sua opção de sofrer”;      · alguém diz que o planeta não é justo: “Sim, mas há pessoas felizes aqui. O que você faz para ser feliz e trazer justiça ao planeta?”;      · alguém diz que não gosta de você: “E eu com isso? Eu gosto de mim”;      · alguém diz que há guerra na Ásia ou fome na África, ou há matanças de animais — faça uma mentalização de luz, uma oração, Reiki, Johei, ou algo prático, mas, se não desejar fazer nada, pense: “Não vou permitir que injustiças ou situações-limite estraguem minha vida e meu contentamento”.
      Você deseja salvar realmente o planeta? Aqui vai uma dica valiosa: leia os magníficos livros de Daniel Quinn: Meu Ismael, A história de B e Além da civilização. São obras-primas do iluminado autor que inspirou o filme Instinto, com Anthony Hopkins, lá você encontrará praticas, e não teorias expeculativas de ações planetárias. Te desafio a ler esses textos e fazer algo. Aprenda também a usar as palavras mágicas: “Não vou permitir que essas queixas de injustiça tirem minha paz”.       Desligue a TV! Não se apegue tanto a informações caóticas e violentas. Insisto, você está onde se coloca. Se dá força para o bem, atrai o bem. Se dá força para o mal, atrai o mal. Muitas das vezes em que escuta ou vê notícias sobre injustiças, você atrai isso para sua vida.       A maior parte dos noticiários mostra diariamente que:      · quem deveria fazer justiça é incompetente; (é assim há milhares de anos).      · há guerras no planeta; (sempre houveram)      · há violência em sua cidade; (sim e em outras também)      · os políticos “eleitos” (quem votou neles atraiu isso) só fazem bobagens; (sempre foi assim ou não)?      · a “justiça” do trabalho vai conseguir acabar com todos os empresários do país e criar mais desempregos; (seja auto-suficiente na sua profissão)      · não há justiça social, mas pode haver justiça na sua vida
      E as emissoras de TV? Eles têm do que reclamar? É claro que não, pois têm o que querem: a sua audiência.      Você assiste a tudo isso e dá poder para as injustiças, atrai essas energias para você e para o planeta, preocupa-se com tudo, não atua em nada, porque fica colado na frente da tela e ainda gera lucro para os patrocinadores de tragédias.
“Não tenho paciência para televisão. Eu não sou audiência para a solidão”. – Os Tribalistas
ReflexãoVocê é reclamão ou fazedor?O que é justiça para você?Quanto tempo de sua valiosa vida é gasto com lixos na TV?
      Os alimentos que você tem na geladeira de alguma maneira destroem o planeta ou criam injustiças sociais, dor ou são anti-ecológicos?
KoanO que é inevitável na sua vida e no planeta?
Se viver nesse planeta é difícil, eu lhe pergunto: há um outro lugar para ir?
Injustiças e dinheiro
      Certo dia minha filha Amanda escutou na escola que “o homem estava extinguindo vários animais e destruindo o planeta”.      Você concorda com isso? O homem destrói o planeta Terra?      Aqui vai uma boa notícia. Não é o homem que destrói a Terra, que extingue animais e outras formas de vida. É o homem que compulsivo por ter cada vez mais. È um tipo de homem, um homem descontente com tudo, que surgiu no planeta há alguns poucos milhares de anos e tem uma característica materialista exagerada.      Um bororó, pataxó, xavante, sioux, mehinako, tolteca, inca etc. não destruíram o planeta.      A 2a. guerra mundial e a guerra do Golfo não foram feitas pelos homens e sim por alguns homens.      A natureza está sempre se gerando e se renovando. Olhá-la e senti-la faz crescer muito contentamento dentro de nós. Tudo o que nós observamos cresce. É como diz o ditado: “O gado só engorda aos olhos do dono”.
O escritor Daniel Quinn ensina: 
“O mundo não precisa de nós para salvá-lo, só precisa de nós para que o deixemos em paz.”
      Quando nos concentramos em contentamento e alegria, é isso que obtemos. O contrário também é real: quando nos concentramos no descontentamento e na tristeza, essas energias também crescem.
Apreciar a natureza traz contentamento e isso é um ímã para a felicidade. Apreciar só o dinheiro pode gerar desequilíbrios.
      O planeta Terra está sendo agredido nos últimos 500 anos de maneira radical. Essas agressões em sua maioria têm por finalidade que uma minoria ganhe muito mais dinheiro, tenha maiores propriedades, carros luxuosos, roupas de grife etc.      É a dimensão do ter em prol da dimensão do ser.      O mestre Osho ensinava que o dinheiro foi feito para comprarmos alguns “brinquedinhos”. Quando compramos algo de alguém, estamos ajudando essa pessoa ou o comércio a circular.      O dinheiro em si não é bom nem mal, nem sujo nem limpo. A questão é o modo como muitos usam o dinheiro: de forma absolutamente gananciosa, mesquinha.      E esquecendo que ele pode lhe dar uma felicidade pouco duradoura ou você acha que mais canais de televisão, cassinos, jogos, prostituição, acesso rápido à internet, loterias, telas de cinema, restaurantes, carros novos, etc. vão te deixar feliz por muito tempo? A maior parte das pessoas que conheci que tem tudo isso de sobra, nunca me pareceram relaxados, ao contrário, são os que mais precisam de remédios, calmantes, anti-depressivos, análises e paz de espírito.
Passagem
      No século passado, um turista dos Estados Unidos foi visitar o famoso rabino polonês Hafez Hayyin. O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros, onde as únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.      — Rabi, onde estão seus móveis? — perguntou o turista.      — E onde estão os seus? — retorquiu Hafez.      — Os meus? Mas eu estou aqui só de passagem...      — Eu também — disse o rabino.
Reflexão
O que você procura agora?
Koan
O que você pode comprar para sua essência?
A sua essência precisa adquirir alguma coisa?
Você é ou será?


Amo-te infinitamente tua mãe.

terça-feira, 16 de abril de 2019

723 - Futurologia

Meu muito amado filho Estêvão


1. Não tens de provar nada a ninguém.

2. Age em função do teu coração. Deixa os outros viverem em função do deles. Cada pessoa está no seu caminho.

3. És capaz de tudo. Basta confiares e trabalhares.

4. Planeia um caminho e vive um segundo de cada vez.

5. Faz da determinação a tua bandeira.

6. Escolhe muito bem as palavras que usas para falares contigo e de ti.

7. Sem fracasso não há evolução, e pode ser ele o maior motor de crescimento. Aceita-o e transformo-o.

8. Escolhe o que comes, penses e sentes. Tudo é energia.

9. Medita 5 minutos por dia.

10. Deixa de culpar os outros. Assume que és o único responsável pelas escolhas que fazes diariamente.

11. Vive mais e espera menos.

12. Confia SEMPRE.

13 . Palavras como AMOR, NOBREZA, DIGNIDADE, FAMÍLIA, RESPEITO, AMIZADE, HONRA são palavras com poder de lei não as uses em vão.

14. Reza.

15, A vida é tão dificil com as coisas que não conseguimos controlar, que não pudemos controlar não compliques,

16. Nunca faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti.



Há umas semanas li um artigo que penso que devo partilhar contigo, dizem que é sobre atitudes "modernas" (mas tenho para mim que não são tão modernas assim) que caem na categoria de não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.



O ghosting, haunting e benching são atitudes que estão associadas a pessoas indecisas quanto aquilo que querem e que têm medo de enfrentar as suas próprias decisões
By:Yoann Boyer/Unsplash

Numa época em que a sociedade está repleta de meios de comunicação que permitem, cada vez mais rápido, estar em contacto com outros, nunca foi tão fácil conhecer e esquecer pessoas. Abre-se o Facebook, o Instagram ou até o Tinder e basta enviar uma mensagem, pedir para seguir ou “gostar” para que se possa estar em contacto com alguém. Ao mesmo tempo que isso acontece, as relações profundas tornam-se caminhos mais difíceis de encontrar. As redes sociais, as aplicações de encontros e, mais importante, a maneira como são usadas, têm cada vez mais impacto nas relações que vivemos: o ghosting, o haunting e o benching são só algumas das novas práticas que ganharam nome nos últimos anos, graças à sua visibilidade, e à maneira como as pessoas vivem as suas relações nesta nova era.

Ghosting: não é só o nome que é assustador, as consequências também o são
O termo ghosting é usado para descrever uma situação em que a pessoa com quem mantinha uma relação deixa de mandar mensagens, telefonar ou dar sinais de vida. Simplesmente desaparece, tornando-se num ghost (fantasma). Pedro Martins, psicólogo clínico, descreve esta prática como devastadora “e até cruel”. “O ghosting está muito ligado à forma e à frieza com que os relacionamentos são construídos”, acrescenta.
Estas coisas sempre aconteceram, mas acontecem agora muito mais por causa das ferramentas que usamos (como as aplicações de encontros e as redes sociais)”

Na opinião do especialista isto acontece porque, hoje em dia, tudo se passa muito rapidamente e as relações são superficiais: “As relações precisam de tempo para se consolidar e as pessoas não lhe dão esse tempo. Assim, como não têm relações profundas, ligar e desligar-se [de alguém] torna-se relativamente mais fácil. Estas coisas sempre aconteceram, mas acontecem agora muito mais por causa das ferramentas que usamos (como as aplicações de encontros e as redes sociais)”.

Guilherme, nome fictício, empresário de 29 anos, preferiu manter o anonimato para contar a sua história: admite ser do tipo de pessoa que deixa de responder às mensagens e desaparece sem dar explicação. Para ele, as pessoas são “como dois caminhos que se cruzam: quando começam a chegar perto um do outro começam a falar, quando se cruzam é o ponto alto da relação e, depois, da mesma maneira que chegaram perto, começam a afastar-se”, explica.

A maioria das suas relações têm sido assim: conhece alguém, saem umas quantas vezes para tomar café ou jantar fora e, passados uns dias, falar com elas deixa de fazer sentido. “Simplesmente vou, conheço, experimento e, quando vejo que não é uma relação positiva, vou embora para não deixar evoluir mais uma relação que sei que não vai dar em nada. Por norma, também acontece aparecer outra mulher que nos chama mais a atenção. Então, se estou numa relação sem futuro e vejo ali outra que pode ter futuro, abandono com jeitinho. Só se a rapariga for muito obcecada é que não vai perceber o porquê [de ter deixado de lhe falar]”.

Há estudos que dizem ser aceitável a prática de ghosting em algumas circunstâncias, como por exemplo nas relações curtas. Aí as consequências não são tão severas para as “vítimas” como quando se trata de uma relação longa. Foi esse o caso de Ricardo Lopes, estudante, 21 anos.

Namorávamos há quase 2 anos. Tínhamos passado por uma fase menos boa na relação, mas com algum esforço conseguimos dar a volta. Passado umas semanas disso ela deixou de me responder às mensagens, não dizia absolutamente nada, eu ligava e ela não atendia”

A sua vida mudou de um dia para o outro quando a namorada decidiu acabar com a relação que mantinham, sem o avisar: “Namorávamos há quase 2 anos. Tínhamos passado por uma fase menos boa na relação, mas com algum esforço conseguimos dar a volta. Passado umas semanas disso ela deixou de me responder às mensagens, não dizia absolutamente nada, eu ligava e ela não atendia. Liguei às irmãs para saber se tinha acontecido alguma coisa, porque não era normal, e elas apenas me diziam que ela depois falava comigo.” Passado uma semana Ricardo continuava sem notícias da namorada. Desesperado, decidiu ir até casa dela, numa cidade que ainda ficava longe de onde morava. Tudo para a encontrar com outro rapaz: ” Cheguei lá quando eram mais ou menos sete e meia da manhã e vejo-a chegar a casa com um rapaz e a despedirem-se com um beijo. O meu mundo caiu todo ali, naquele momento, porque a questão nem estava em ela querer acabar porque já não se sentia bem, mas simplesmente o deixar de me dizer alguma coisa”.

“As pessoas não são capazes de dizer que não”

Pedro Martins explica que esta é uma nova forma de lidar com as coisas “ou de não ter de lidar com elas”, além disso, de alguma forma, também reflete uma certa imaturidade emocional. “As pessoas não são capazes de dizer que não”, conta. Para alguns pode ser uma experiência devastadora, especialmente se estiverem fragilizados, no entanto, “se a pessoa estiver emocionalmente equilibrada, a certa altura vai conseguir encontrar uma resposta para a situação, nem que seja pensar que a outra pessoa enlouqueceu. Caso contrário fica arrasada e pode inclusive culpabilizar-se e ficar enterrada numa quantidade de porquês, sem conseguir sair da situação”. Para além disto, o ghosting impossibilita também a reação da vítima: “Quando alguém é rejeitado, reage: pode sentir raiva, dor e exteriorizar esses sentimentos ao gritar, chorar ou chamar nomes. Nas relações mais profundas esse espaço é vital”, continua Pedro acrescentando que é uma forma de processar a experiência, de perceber a perda e partir para outra.


Explica ainda que o “adeus” também é muito importante para que a pessoa possa seguir em frente: “O pôr um fim existencial à relação faz com que se possa iniciar o processo de luto daquela relação. A pessoa pode, a partir daquele momento, pôr fim a uma coisa e continuar a sua vida”. No ghosting, tudo isto é negado à pessoa com quem se acaba a relação, o que provoca uma dor de uma agressividade imensa.

Amo-te infinitamente

Tua mãe

quarta-feira, 10 de abril de 2019

722 - A vida é trem bala, parceiro. E a gente é só passageiro prestes a prestes a partir.

Meu muito amado filho Estêvão 


A GENTE VAI EMBORA e fica tudo aí, os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.
A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal.A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam , reagem , levantam-se e seguem suas rotinas normalmente.A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, a impaciência, a intolerância, a infidelidade, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. Os problemas moram dentro de nós.  As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. O mundo não chorará por ti.Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.A GENTE VAI EMBORA, pois é.É bem assim: Piscou, a vida se vai.. .A vida é como um vapor de fumaça que logo passa.O cachorro é doado e se apega aos novos donos.Os viúvos se casam novamente, fazem sexo, andam de mãos dadas e vão ao cinema.A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.Aquelas coisas que não foram usadas serão usadas por outrosQuando menos se espera, A GENTE VAI Manda-las Embora , A saúde , a beleza.. Aliás, quem espera morrer?Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, fizesse amor hoje,talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço.Talvez a gente esperasse menos dos outros, Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, praticasse mais ações voluntárias, dissesse mais eu te amo,que bom que você existe, risse mais, saísse à tarde para ver o mar ou erguesse os olhos para admirar as estrelas, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais,ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.O tempo voa. A partir do momento que a gente nasce,começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa! Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!!Até porque, A GENTE VAI EMBORA...



Não é sobre ter todas pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito é saber sonhar
Então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
E sim sobre cada momento sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir




Amo-te infinitamente aqui agora hoje e sempre

tua mae








quinta-feira, 4 de abril de 2019

721 - Ser mais além

Meu muito amado filho Estêvão

Não ser ninguém a não ser você mesmo,
num mundo que faz todo o possível, noite e dia,
para transformá-lo em outra pessoa
significa travar a batalha mais dura
que um ser humano pode enfrentar;
e, essencialmente, jamais parar de lutar.
E. E. Cummings




Amo-te infinitamente
Tua mãe

terça-feira, 2 de abril de 2019

720 - Classe e gratidão

Meu muito amado filho Estêvão


Uma pessoa com classe não é obrigatoriamente aquela que é instruída. 
Uma pessoa com classe é uma pessoa educada. 
As pessoas com classe nem sempre têm sucesso na escola, nem sempre puderam ir à escola, mas passam com distinção no exame da vida. 
As pessoas com classe têm nível. E esse nível nenhuma escala mede. As pessoas com classe são as mais cultas. Cultivam a generosidade. A transparência. Cultivam a simplicidade. Nada há de mais chique. Cultiva a gratidão sempre sempre.
Agradece sempre tudo a vida é maravilhosa. Sempre.

Amo-te infinitamente


Tua mãe

1051- Objectivo de vida

  Meu muito amado filho Estêvão  Ikigai Descobre o teu objetivo na vida. Determine a razão pela qual acorda todas as manhãs. Escolha algo qu...