sexta-feira, 27 de março de 2015

497 - Respeito e antepassados

Meu muito amado filho Estêvão

Quando um dia eu morrer não quero que gastes dinheiro nenhum com isso. Não quero que percas tempo com idas a cemitérios e não queria que guardasses coisas minhas de "recordação". Deixa tudo o que é meu, menos as memórias que tens de mim, os ensinamentos que te transmiti e segue a tua vida com os pilares que eu te dei. Nada mais.

Quando um amigo ou um familiar parte deste mundo é triste. Muito triste. Vais chorar. Muito. Vais morrer um pouco. Vais ter muitas saudades. Vais sentir muita falta da pessoa física que faleceu. Mas nessa altura vais te lembrar que a pessoa que faleceu foi para um sitio melhor e que nada que era dela mais interessa inclusive o corpo.
Por isso para mim cemitérios não fazem nenhum sentido e menos ainda idas a cemitérios, quando vais a um cemitério o que lá está são ossos não a pessoa que tu amavas... essa esta no teu coração, na tua lembrança na tua alma, essa pessoa esta no espeito que demonstras aos outros, no modo como vives a tua vida, no modo como engrandeces a sua memoria, no modo como fazes o bem, no modo como vives, na luta pela felicidade dos outros, da tua....ai está quem amas, ai esta o respeito aos teus antepassados... nas lagrimas em silencio, na saudade guardada, na vivência do dia a dia? Num cemitério estão ossos, na roupa e nas coisas dos falecidos, está pó e pertences deste mundo.... não está respeito pela vida de quem morreu nem pelo que essa vida representou.

Um dia que eu cá não esteja se me quiseres lembrar, se me quiseres honrar, faz apenas o bem, não pises ninguém, não mintas, não enganes, não sejas desonesto, luta pelo bem á tua volta, luta pelos teus, pela tua família, pelos teus filhos, sê um exemplo para quem tens à tua volta, trabalha com imaginação rigor e honestidade, transmite felicidade por onde passas, educação e sorrisos e assim sim vais estar a honrar a minha vida a minha memória a pessoa que eu fui e sou.

Tudo o que é o meu corpo queima e dá a terra para servir de alimento e não penses mais nisso... eu já não estou nesse corpo nesses ossos e não me amas mais ou menos pelas demonstrações exteriores de lutos e choros e flores no cemitério.... isso são aparências não é quem somos. Eu já não estou ai. Estou no que te ensinei, no que rimos juntos, no que vivemos juntos é ai e só ai que estou.

Pega nos meus livros, na minha roupa, nas minhas coisas e dá tudo. Nado disso te servirá de recordação minha, essa ou existe na tua alma, no teu coração ou não é em coisas. Não estou ai.

Estou na alegria com que vives, na alegria com que te deitas à noite para dormir sabendo que fizeste o bem que fizeste o que tinhas que fazer. É ai e só ai que estarei sempre.


Amo-te infinitamente


Tua mãe


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